Fisioterapia 4.0 – Em que fase da Fisioterapia você está?

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Primeiramente, eu preciso que você me acompanhe nesta jornada até o fim, para acessar a fisioterapia 4.0.

A evolução da humanidade é marcada pelos avanços tecnológicos. Dessa forma, a pré-história se distingue da história pela escrita, e as diferentes fases dentro desses momentos são caracterizadas pela evolução do conhecimento e da tecnologia. E a fisioterapia, obviamente caminha da mesma forma.

Antigamente, gerações e gerações se passavam antes que uma evolução  tecnológica ocorresse, como a mudança da Idade da Pedra para a Idade do Bronze.

Entretanto, atualmente, uma mesma geração passa por várias revoluções tecnológicas significativas em apenas algumas décadas.

Hoje em dia é difícil imaginar que há 30 anos não haviam celulares.

Os mais jovens podem pensar: Como as pessoas faziam?

A tecnologia propicia transformações na forma de se relacionar e de agir da sociedade e ela se insere de maneira muito impositiva, não por ser autoritária, e sim pelos benefícios que ela propicia, sendo portanto, inevitável aceitá-la.

A nossa mente não gosta de mudanças

Veja mais: Tech Neck: A tecnologia pode ser um peso nas nossas costas?

Isto porque ele sempre acredita que deve evitar fazer esforços e deve economizar toda a energia possível  para preservar nossa sobrevivência.

Então sempre teremos uma resistência natural a mudanças por causa da nossa mente.

Mas será que você agora prefere ficar horas na fila de um banco para pagar um boleto?

Ou  você acha mais fácil fazer isto pela internet?

Gosta de ficar estagnado na rua esperando o milagre de passar um taxi?

Ou prefere chamar um carro por um aplicativo?

Ou ainda você prefere se comunicar pelo telefone fixo em vez do celular?

Para entender melhor a mudança tecnológica, podemos fazer uma correlação com a tecnologia no setor industrial.

Isto porque ele passou por mudanças estruturais significativas em seus processos, desde a revolução industrial até os dias atuais.

Então, estudando a evolução do setor industrial, é possível comparar seu progresso com a evolução da Fisioterapia.

Na história da indústria é possível perceber momentos específicos, fases bem caracterizadas.

Como resultado, o primeiro momento, se refere ao surgimento efetivo da indústria, com a revolução industrial, onde  a produção artesanal ou manufatura, é substituída pelo trabalho assalariado e o uso das máquinas.

Fisioterapia 4.0 – Nesta fase a indústria permitiu a mecanização da produção, com o emprego de máquinas a vapor.

Fazendo uma analogia, isto poderia ser denominado Indústria 1.0.

Nesta fase a indústria permitiu a mecanização da produção, como por exemplo, o emprego de máquinas a vapor.

Seguindo o caminho da evolução, surgiu a Indústria 2.0.

Assim, essa fase caracterizava-se pela produção em série e a evolução nas formas de utilização da energia do vapor para a energia elétrica.

A Indústria 3.0 foi quando a tecnologia permitiu a automação e Informatização com o emprego de computadores otimizando os processos.

Veja bem, a informatização trata-se da Indústria 3.0 e não da proposta mais atual de tecnologia nessa área.

Mas então, e a indústria 4.0, que desponta em países desenvolvidos, o que seria?

A Indústria 4.0, ainda incipiente no Brasil, mas presente em algumas áreas, como a automobilística, é caracterizada por sistemas computacionais colaborativos, big data, inteligência artificial, informações nas nuvens e internet das coisas (IOT).

Uma transformação que acelera e otimiza processos, apresentando resultados muito melhores e muito mais eficiência.

Mas como isso se relaciona com a Fisioterapia?

A Fisioterapia é uma profissão nova, que se encontra em seu cinquentenário, em 2019.

Ou seja, em termos de profissão, é uma ocupação muito recente, jovem, por vezes pode-se dizer incipiente.

Todavia, nessa breve existência, ela apresentou grandes avanços em  conhecimentos e em tecnologia.

Ou seja, a Fisioterapia apresenta fases marcantes em seu desenvolvimento, as quais podem ser comparadas com as mudanças tecnológicas na indústria.

A Fisioterapia surgiu da demanda da população por funcionalidade e qualidade de vida.

Com as mudanças sociais provocadas pela ciência e tecnologia, a população passou a  viver mais, ou seja, gerando um novo cenário.

A expectativa de vida passou de 40 e poucos anos, em média, para mais de 80 anos.

Essa mudança teve impactos severos nas relações sociais e continua tendo, porque o perfil do “idoso” de hoje é muito diferente do de antigamente.

Um casamento que antes era para vida toda,  há alguns anos atrás durava poucos anos, mas atualmente já se nota um retorno para as relações mais estáveis.

Tudo isto gera impactos na vida das pessoas, pois esta mudança de comportamento chega a alterar as patologias que elas desenvolvem.

Todavia, as pessoas que passaram a viver mais, não se preocupam apenas em simplesmente sobreviver.

Elas querem viver bem, com qualidade de vida e isso impulsionou o surgimento da Fisioterapia.

Fisioterapia 1.0

Fisioterapia 4.0 – A sua origem foi técnica, mas não no contexto nobre dessa definição.

A sua origem foi técnica, mas não no contexto nobre dessa definição.

A origem técnica não se referia a conhecimentos específicos da área. Mas sim, àquele profissional responsável por executar procedimentos repetitivos e sem maiores elaborações.

Mas ele procurava atender dentro das suas possibilidades, embora com inúmeras falhas técnicas.

Veja mais: 5 Erros Mais Comuns que o Fisioterapeuta Comete ao Avaliar um Paciente

Tal prática desampara as melhores condutas e, tratando-se de pessoas, propicia danos, por que, felizmente, não se sustentou.

Fisioterapia 2.0

Podemos chamar assim, quando começaram a ser formados profissionais de  fisioterapia, os bacharéis.

Apesar de uma maior autonomia, a prática da reabilitação necessitava progredir em conhecimento e embasamento de suas condutas.

Fisioterapia 3.0

Quando, com a origem dos cursos de pós-graduação, as pesquisas puderam progredir em quantidade e qualidade.

Atualmente, a cada 3 anos, a base de dados da PEDro dobra de quantidade.

Passou-se de um momento em que os artigos sempre sugeriam que eram necessárias mais evidência, para um tempo em que não é possível acompanhar toda a evidência.

Alguns trabalhos de revisão sistemáticas, em alguns casos, desaconselham novos estudos na área, pois, dada a robustez da informação nesses campos de estudo, novos trabalhos provavelmente pouco acrescentarão.

Todavia, apesar desse desabrochar da ciência, os mecanismos de pesquisa, considerando a complexidade do campo de estudo, funcionalidade e movimento, além de caros, eram muito trabalhosos para se operar.

Dessa forma, essa prática de análise científica era praticamente inacessível clinicamente.

Um sistema óptico de análise do movimento 3D é impraticável, além de inacessível clinicamente, pois a análise do movimento de um indivíduo leva horas para ser completado, assim como o seu resultado leva dias para ser analisado.

Isto é, a Fisioterapia 3.0 foi um período de avanço do conhecimento, mas essa progressão da ciência não foi integrada na clínica no atendimento do paciente.

Fisioterapia 4.0

O que é isto?

Tal qual a Indústria 4.0, a Fisioterapia 4.0 é um processo de evolução ainda incipiente no Brasil, e ainda menos difundido do que a Indústria 4.0.

Por isso, a Fisioterapia 4.0 pode ser definida, hipoteticamente, como o momento em que a tecnologia começa a permitir a inserção de formas aprimoradas de análise e intervenção, diretamente na prática na clínica, potencializando o entendimento da condição do paciente e o emprego de tratamentos mais assertivos.

Tal qual a Indústria 4.0, a Fisioterapia 4.0 permite o uso de tecnologias e recursos de inteligência artificial, informação integrada, internet das coisas e impressão 3D, com o intuito de entender melhor o paciente e empregar intervenções mais assertivas.

Vale ressaltar que  tecnologia não é necessariamente computadores e robôs que parecem distantes da nossa realidade.

Tecnologia, por definição, seria instrumentos, ou mesmo métodos e técnicas, que podem te ajudar a resolver problemas de forma mais fácil e rápida.

Fisioterapia 4.0 – Dessa forma, recursos triviais, como por exemplo, o celular ou aplicativos, podem ser tecnologias significativas
8 Aplicativos de Fisioterapia

Dessa forma, recursos triviais, como por exemplo, o celular ou aplicativos, podem ser tecnologias significativas para o atendimento do paciente, em um processo, por vezes denominado na engenharia, como ampliação sensorial.

Aplicativos gratuitos de filmagem 8 Aplicativos de Fisioterapia para Tornar Seu Diagnóstico Mais Preciso permitem aumentar a imagem (zoom), pois estudar o movimento do paciente em câmera lenta, além de possibilitar que sejam feitas demarcações para mensurações e ressaltar pontos importantes.

E isso tudo é feito imediatamente, na frente do paciente.

A precisão dessa medida, ou da análise, pode ser limitada quando se utiliza tecnologia 2D, mas existem estudos mostrando uma boa correlação com algumas medidas em 3D, desde que empregada a tecnologia adequada.

E mais, tais informações captadas e ampliadas, podem ser enviadas também instantaneamente para o paciente, agregando valor na sua consulta.

Assim, a ampliação sensorial, potencializada por esse recurso, não vai, de forma alguma, substituir o olhar clínico do fisioterapeuta.

 “O atendimento fisioterapêutico tem um empecilho comum a todo o tipo de serviço: ele é intangível”.*

Veja mais: Como Escolher a Técnica Correta para Cada Paciente?

Isto é, diferentemente do comércio de um produto, porque os serviços não são palpáveis, o cliente tende a ficar inseguro quanto ao valor pago, pois ele não tem uma referência do que está recebendo.

Uma forma de minimizar essa situação é entregar algo concreto ao paciente e explicar o que está sendo feito.

Entretanto, nessa vertente, a tecnologia tem um potencial único de valorizar o atendimento.

O emprego de aplicativos de vídeo, por exemplo, está dentro de uma gama de recursos tecnológicos simples e acessíveis, que potencializam a análise e intervenção do fisioterapeuta.

Como outros exemplos, podemos citar formas de inovação na análise e intervenção sobre a dor, mensurações objetivas e clínicas de variáveis do paciente (força, flexibilidade, estabilidade).

Associadas à classificação de sua condição (com essa categorização é possível determinar a necessidade de intervenção e como o paciente se encontra em relação a população com suas características), testes funcionais automatizados que permitem dar alta com maior segurança, dentre outros.

Logo, cabe ao bom profissional compreender bem essas tecnologias para ressignificar sua prática, se valorizando e atendendo cada vez melhor o paciente. Sendo assim, te pergunto:

Em qual ponto deste caminho da fisioterapia você está?

Fisioterapia 4.0 – Profissional que age como um técnico com raciocínio intervencionista
Fisioterapia 4.0

Fisioterapia 1.0 à Profissional que age como um técnico com raciocínio intervencionista limitado (só repete as intervenções no paciente, sem saber o porquê)

Fisioterapia 2.0 à Profissional liberal, mas sem embasamento (com mais autoridade sobre as ações, mas sem ciências para embasar seus caminhos). Infelizmente sabemos que ainda existem profissionais assim.

Fisioterapia 3.0 à Fundamentado, mas distante de conseguir aplicar os recursos da ciência em sua prática (ele tem liberdade intelectual e domínio da informação científica, mas não a emprega diretamente em seus pacientes)

Fisioterapia 4.0 à Autônomo, acima de tudo é embasado e com capacidade de utilizar as mais novas ferramentas e tecnologias clínicas no entendimento do paciente e em suas intervenções.

Faça parte dessa revolução!

Venha para a Fisioterapia 4,0!!!

* Bernardo Chalfun, um consultor de negócios na área da Fisioterapia.

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