Dor nas Costas: Causas, Sintomas e Tratamentos (Parte 2)

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Esta é a segunda parte do artigo sobre Dor nas Costas, do Portal da Lupmed.

Se você ainda não leu a parte 1, clique aqui para ler (Dor nas Costas: Causas, Sintomas e Tratamento)

Então vamos à continuação!

Tratamentos

Existem alguns tipos de Dores na Coluna que podem ser resolvidos de forma simples, apenas colocando o paciente em repouso e dando algumas orientações sobre como ele deve proceder.

Como a dor pode se apresentar, ora como aguda, ora crônica, é muito importante a definição do tipo adequado de tratamento para cada paciente.

Como você sabe, todo tratamento possui indicações e contraindicações, e por este motivo, não é recomendada a adoção do mesmo tratamento para todos os pacientes.

Na fase aguda, recomenda-se um procedimento, ou a combinação de mais de um dos procedimentos abaixo, para ajudar no alívio da dor nas costas do seu cliente:

  1. Ultrassom
  2. Técnicas de estimulação elétrica, sendo o TENS uma das mais usadas. Talvez ele seja a terapia mais popular para paciente com dor crônica, pois estimula a liberação de endorfinas que, teoricamente, podem bloquear os sinais dolorosos enviados pelos neurônios ao cérebro.
  3. Técnicas de liberação muscular e miofascial
  4. Técnicas de ajustes
  5. Reeducação postural, RPG
  6. Termoterapia: a aplicação de calor e frio.

À medida em que a dor for diminuindo, o fisioterapeuta poderá introduzir alguns exercícios de flexibilidade e força para as costas, abdômen e para toda a musculatura que julgar associada ao quadro do paciente.

Pilates é um tipo de atividade que deve ser considerado como tratamento.

O profissional deve avaliar a evolução do paciente para determinar quando esta atividade pode ser iniciada. Considere que ela deve ser constante, mesmo quando a dor desaparecer, para prevenir o seu retorno.

Existem muitas outras opções de tratamentos que podem ajudar, dependendo do estágio da patologia do seu cliente:

  • Medicação: quando a dor não responder aos medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, nem mesmo aos anti-inflamatórios não esteroidais, podem ser prescritos alguns tipos de narcóticos, como a codeína por exemplo, por um curto período de tempo, sendo que todo o procedimento deve ser monitorado de forma constante pelo médico.

Alguns antidepressivos (do tipo tricíclico), como a amitriptilina, podem auxiliar no alívio dos sintomas desta dor, mesmo se o paciente não tiver depressão associada.

  • Injeções de corticoide: caso haja falha de todos os tratamentos mencionados acima, ou se a dor se espalhar pelas pernas do paciente (abaixo do joelho), uma injeção de corticoide pode ser prescrita pelo médico.

A aplicação do medicamento, em muitos casos, pode ser feita diretamente na coluna, no espaço epidural.

  • – Pode ser usado na forma de injeções, diretamente nas áreas responsáveis pela dor, assim como nos músculos com espasmo, objetivando seu relaxamento e a consequente redução da dor. Essas injeções servem apenas para o alívio da dor por períodos de três a quatro meses.
  • Terapia Cognitiva Comportamental (TCC): a TCC pode ajudar os pacientes a lidar com a dor nas costas pois esta terapia é baseada no princípio de que os sentimentos e as sensações dependem da forma como a pessoa pensa e encara os acontecimentos da vida.

Dessa forma, as pessoas podem aprender a reagir de forma consciente e controlar a dor, ou pelo menos reduzi-la, controlando suas sensações. A TCC utiliza técnicas de relaxamento e estratégias para ajudar as pessoas a manter uma atitude positiva. Estudos demonstram que a TCC ajuda o indivíduo a ser mais ativo, praticar mais exercícios, reduzindo assim a chance de recorrência de dor nas costas.

  • Cirurgia: a cirurgia, como tratamento de dor nas costas, é mais rara mas, se o paciente tiver uma hérnia de disco que não consiga ser controlada pelo tratamento convencional, a cirurgia pode ser uma opção, especialmente se existir compressão nervosa e fraqueza muscular associadas.

Veja também – A Realidade da Dor

Dentre os procedimentos cirúrgicos mais comuns estão:

  1. Fusão: neste procedimento, que une duas vértebras através de um enxerto ósseo inserido entre eles, as vértebras são fixadas com placas de metal ou parafusos. Existe um risco para o desenvolvimento de artrite após a cirurgia, e o segmento operado perde a mobilidade, podendo ser uma nova causa de dor muscular.
  2. Disco artificial: um disco intervertebral é inserido no espaço entre as vértebras, gerando um novo amortecimento entre elas;
  3. Retirada do disco: uma parte do disco herniado é removida, caso ele esteja irritando ou pressionando um nervo.
  4. Remoção parcial de vértebra: um pedaço da vértebra pode ser removido, caso seja uma protuberância óssea que esteja pressionando a medula ou um nervo.
  5. Injeção de células para a regeneração de discos intervertebrais: estão sendo desenvolvidas novas técnicas para a introdução de material biológico na coluna, de forma a estimular a reparação tecidual e a eliminação da dor causada pela degeneração do disco.

A fisioterapia é fundamental para a prevenção do retorno da dor, após qualquer tipo de intervenção cirúrgica.

Terapias complementares:

Algumas técnicas, consideradas terapias complementares, podem ser realizadas pelos próprios fisioterapeutas.

Neste ponto, é importante verificar a questão das crenças dos pacientes, porque elas podem ser uma excelente porta de acesso para que o profissional obtenha resultados mais rápidos com a colaboração dos seus clientes.

Muitos pacientes optam por estas terapias quando lhes são dadas estas opções, associadas ou não aos tratamentos convencionais.

Muitas dessas terapias ajudam no alívio da dor, contribuem para o relaxamento muscular e, principalmente, o relaxamento mental do paciente, contribuindo para o sucesso do tratamento.

É óbvio que elas devem ser realizadas por profissionais sérios e habilitados, com capacitação nas técnicas em questão, pois nas mãos erradas, muitas delas podem não ajudar, ou mesmo prejudicar o estado do paciente.

Dentre as terapias complementares mais empregadas no tratamento da dor nas costas, encontram-se:

  • Osteopatia: o tratamento de acometimentos nos ossos e músculos, com manipulações em diversas áreas do corpo, pode ajudar a aliviar a dor e restabelecer o equilíbrio corporal;
  • Quiropraxia: o tratamento das articulações, músculos e ossos, com o foco na coluna vertebral através de mobilizações, manipulações, os “trusts” (estalos da coluna), podem ser muito úteis, caso o paciente não seja resistente a eles.
  • Shiatsu: esta massagem objetiva a aplicação de pressão sobre os canais de energia do corpo (meridianos), numa tentativa de equilibrar o fluxo da energia vital, que eventualmente possa estar bloqueado, devolvendo ao corpo a capacidade de ter o seu funcionamento pleno.
  • Acupuntura: A acupuntura libera endorfinas, que são analgésicos naturais produzidos pelo organismo para estimular nervos e músculos, além de contribuir para o alívio direto da dor.
  • Yoga: Yoga é uma prática que envolve posicionamentos específicos, movimentos e exercícios respiratórios. Algumas formas do yoga podem ajudar no fortalecimento dos músculos das costas e na melhora da postura.

Os estudos sobre a eficácia das terapias complementares para o alívio da dor nas costas são controversos. Algumas pessoas têm benefícios consideráveis no uso desses tipos de tratamento, enquanto para outras pessoas eles não fazem diferença. 

O tratamento da dor nas costas, assim como todos os outros tratamentos, não são uma receita de bolo que funcionará de forma igual para todos os seus pacientes. O resultado dependerá de uma avaliação individual e criteriosa.

Prevenindo a dor nas costas

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As medidas para a prevenção da dor nas costas são basicamente relacionadas à modificação de hábitos e de fatores de risco para o desenvolvimento da mesma, a saber:

  • Exercício físico: a prática regular de exercícios físicos fortalece a musculatura das costas, ao mesmo tempo em que ajuda a manter o peso controlado, reduzindo a sobrecarga na coluna.

Atividades aeróbicas de baixo impacto são as melhores para a prevenção de dores nas costas.

Os dois tipos principais de exercícios para a coluna, que são mais eficazes para a redução de dores nas costas, são:

  • Fortalecimento do core: O fortalecimento desse “cinturão” ajuda a estabilizar a coluna e a manter o seu posicionamento adequado, prevenindo lesões e dores.
  • Flexibilidade: exercícios como alongamentos, com o objetivo de aumentar a flexibilidade da musculatura mencionada acima, o core, também ajudam na redução do risco de lesões e dores.

Veja Também – A realidade da DOR

Agora vamos citar óbvio, que é importante, mas muitas vezes acaba ficando de lado:

  • Tabagismo: como o cigarro é um fator de risco para a dor nas costas e, uma vez que fumantes têm maior incidência de dor nas costas, aconselhar seu cliente a cessar este hábito de fumar, é recomendável.
  • Peso corporal: explicar ao seu paciente que, quanto maior a quantidade de peso que ele carrega diariamente, maior será o risco de desenvolver ou piorar a dor nas costas, e que isto inclui o peso corporal. Quando mais peso ele possui, maior sobrecarga é imposta às articulações, ossos e músculos, que vão sofrer mais para manter as suas posturas corretas.

Essa sobrecarga pode gerar dores e lesões, que podem interferir consideravelmente nas atividades diárias dele.

  • Postura: Após a avaliação corporal, oriente o seu paciente com relação à melhor postura que ele deve assumir enquanto estiver de pé ou sentado, para reduzir a dor nas costas.
  • ensine para o seu paciente que o segredo para a prevenção das dores nas costas, por carregar excesso de peso, é saber usar as pernas, e não as costas. Sempre que ele for pegar algo no chão, recomende que se abaixe, mantenha as costas eretas e dobre os joelhos, mantenha os pés afastados e use o peso, próximo ao corpo, como compensação. Depois, as pernas devem ser esticadas de forma a mudar a posição da coluna, o mínimo possível.

Desta forma, as pernas, e não a coluna, estarão carregando o peso para ele. Você deve também recomendar que ele evite girar a coluna ao mesmo tempo em que carregue um peso. E enquanto estiver com o peso, que ele mantenha o olhar direcionado para o horizonte. Se precisar carregar algo muito pesado, e não for possível manter a postura mencionada, que ele peça ajuda a alguém, e não carregue o peso sozinho.

  • Mover objetos pesados: Lembrá-lo que, ao mover objetos pesados, é sempre melhor empurrá-los do que puxá-los.
  • Verifique o calçado que ele usa: como os sapatos de salto aumentam a sobrecarga na coluna, assim como em outros seguimentos do corpo, sugira que ele use sapatos baixos, com um bom amortecimento e que gere conforto na hora de andar. O ideal é que a parte do calcanhar seja um pouco mais alta do que a parte da frente.
  • Questione sobre a postura ao dirigir: verifique se ele oferece um suporte adequado para as costas, e se ele posiciona corretamente os retrovisores para não ter que ficar girando a coluna o tempo todo. Pergunte também sobre a postura com os pedais e o relaxamento dos ombros. Recomende que, se ele tiver que fazer uma viagem longa, que faça intervalos, para poder caminhar um pouco.
  • A escolha do colchão: converse sobre o colchão dele. Se certifique que tenha a densidade correta para suportar seu peso e que mantenha a sua coluna mais reta. Verifique também a questão de como é o travesseiro dele.
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Evolução dos tratamentos para a dor nas costas

Devido à alta prevalência de dor nas costas, e devido ao fato de que cada vez mais pessoas têm sido acometidas por ela, muitos estudos têm sido realizados com o intuito de verificar se os tratamentos oferecidos atualmente são de fato eficazes, além de testar novos tratamentos para que essa condição, tão incômoda, seja controlada de modo satisfatório.

O que muitos estudos vêm mostrando, no entanto, é que os fatores psicológicos são determinantes no sucesso de uma forma terapêutica.

Um exemplo é a acupuntura. Estudos sugerem que os pacientes que acreditam no resultado da técnica são mais propensos a terem benefícios do que aqueles que não acreditam. Além disso, indivíduos que alegam ter controle sobre sua dor e que são mais positivos em relação à ela, demonstram uma melhor capacidade de convivência com a dor e de recuperação, do que aqueles com uma atitude negativa em relação à sua condição.

Mais atenção se tem dado aos exercícios de fortalecimento dos músculos estabilizadores da coluna, pois além de que eles reduzem a dor, eles reduzem também as incapacidades relacionadas à ela e previnem a recorrência de surtos.

Conclusão

Falamos um pouco sobre a dor nas costas. Essa é uma condição que acomete muitas pessoas, de diversas idades e por vários motivos.

A dor nas costas nunca é igual para todo mundo e o que funciona para uma pessoa, pode não funcionar para outras. Ajudar seu paciente a identificar o que funciona para ele é fundamental para que ele tenha uma vida livre de dor.

Você deve demonstrar que você se preocupa com o estado de saúde e o bem-estar dele. E, principalmente, que ele não está sozinho!

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