Dynamic Tape no Tratamento Fisioterapêutico de Pé Equino em Crianças com Paralisia Cerebral Espástica

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Nota: O link para o Estudo está no final do deste post.

A paralisia cerebral ou encefalopatia crônica infantil não progressiva é uma patologia que acomete o sistema nervoso central, atingindo cerca de 2 a 2,5 a cada 1000 nascidos vivos. Essa disfunção neurológica pode acontecer devido falhas nos períodos pré, peri e pós-natal, podendo ser: congênitas (más formações, síndromes) ou adquiridas (traumas, hipóxia, isquemia, infecções, entre outros), resultando em alterações de tônus, força muscular e controle postural. (JAN, 2006)

Seu comprometimento pode ser classificado de acordo com a topografia, que inclui déficits motores, ou seja, a parte do corpo acometida pela lesão, podendo ser: hemiparesia, diparesia e tetraparesia (JAN, 2006).

Outra forma de classificação se dá pela perda neuronal (área afetada), que determinará o tipo clínico do paciente, sendo: espástico (lesão no córtex motor), extrapiramidal (lesões nos núcleos da base), atáxico ou hipotônico (lesão no cerebelo) e misto (diversas áreas de acometimento).

Além disso, ela pode ser denominada como leve, moderada ou grave, de acordo com o grau de comprometimento. (ASSIS-MADEIRA, CARVALHO; 2009)

Esta categorização quanto à severidade é subjetiva e por este motivo foi criada a Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS), que avalia o desempenho locomotor de crianças de 2 a 18 anos. Analisa o grau de locomoção das crianças, assim como sua independência e subdivide em 5 níveis de habilidades (de I a V). (SPOSITO; RIBERTO, 2010)

A espasticidade é a forma mais comum de paralisia cerebral, caracterizada pelo aumento dos reflexos tônicos de estiramento (tônus muscular), sendo velocidade dependente, ou seja, necessita de um movimento rápido para ser estimulada e não é sinônimo de força muscular (são inversamente proporcionais), (GOMES; GOLIN, 2013).

Está intimamente ligada a fadigabilidade, paresia, perda da destreza, alterações de reflexos cutâneos e autonômicos. Consequentemente levará a déficits de desenvolvimento motor, postura anormal, encurtamentos musculares e até deformidades, que impactarão negativamente na qualidade de vida dessas crianças e familiares. (SANTOS, 2014)

Para que a criança tenha independência é necessário que desenvolva controle motor, que está diretamente relacionado à estabilidade postural em relação ao espaço, tendo como objetivo coordenação e equilíbrio. Porém, nas crianças com paralisia cerebral espástica, este controle encontra-se alterado devido aos déficits causados pela lesão cerebral, que prejudica a maturação do SNC, relação do indivíduo com o meio, aprendizado motor e estimulação sensorial. (COSTA; CARVALHO; BRACCIALLI, 2011).

Além disso, essas crianças possuem grande dificuldade em realizar movimentos voluntários, apresentando, com frequência, limitações na marcha devido a alteração musculoesquelética resultante no pé equino. A fisiopatologia deste ainda é desconhecida. Porém, sabe-se que o ventre muscular do gastrocnêmico sofre alteração devido à espasticidade, que o torna mais rígido e encurtado, limitando os movimentos de dorsiflexão, gerando maior gasto energético e fadiga. (MAAS et al, 2014)

O pé equino pode ser definido como a união dos seguintes movimentos: varismo de retropé, adução e supinação de antepé e acentuação do cavo plantar. Esse padrão de movimento além de prejudicar a biomecânica da articulação tornozelo-pé, interfere em todo membro inferior, comprometendo a articulação do joelho, quadril, biomecânica da marcha, equilíbrio estático e dinâmico. (CARGNIN; MAZZITELLI, 2003)

Para o seu tratamento são utilizados, com frequência, os seguintes recursos fisioterapêuticos: mobilização passiva, alongamento dos músculos tibial posterior e gastrocnêmico, posicionamento ortostático, estímulo e fortalecimento dos dorsiflexores e uso de órteses. (CARGNIN; MAZZITELLI, 2003)

O tratamento fisioterapêutico é essencial para a reabilitação da paralisia cerebral, pois é capaz de promover melhora da qualidade de vida e funcionalidade da criança e cuidadores, objetivando o incremento da força, flexibilidade, mobilidade e estabilidade. A fisioterapia dispõe de diversos recursos, tais como, Conceito Bobath, cinesioterapia convencional, hidroterapia, equoterapia, equipamentos (bolas, rolos, esteiras, mobiliários), estimulação elétrica funcional (FES), órteses, atividade lúdicas e sensoriais. (OLIVEIRA et al, 2013)

Atualmente, tem-se utilizado também as bandagens elásticas. A denominada Dynamic Tape (DT) é muito utilizada na reabilitação esportiva. Foi lançada no mercado em 2010 e criada por Ryan Kendrick, em 2009. Essa bandagem visa armazenar a energia potencial gerada no movimento, convertendo-a em energia cinética, pela absorção de carga e desaceleração do movimento. Assim, auxilia no trabalho do controle motor, diminuindo ou aumentando alavanca de movimento. (MCNEILL; PEDERSEN, 2016)

A DT pode ser utilizada no complexo ligamentar do tornozelo de crianças com paralisia cerebral, visando reduzir a carga, desacelerar a flexão plantar e inversão, com consequente melhoria da estabilidade, força e propriocepção. Quando aplicada no músculo tibial anterior, estimula o movimento de dorsiflexão, podendo diminuir os padrões do pé equino causados pela espasticidade. Portanto, pode contribuir para melhorar os padrões de movimento, aumentar a estabilidade articular, diminuir a sobrecarga da articulação, favorecendo o equilíbrio e a marcha desses pacientes. (MCNEILL; PEDERSEN, 2016)

Logo, o objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos da aplicação da bandagem elástica dynamic Tape no músculo tibial anterior de crianças com PC espástica, quantificar sua interferência no grau de hipertonia dos flexores plantares e na amplitude de movimento (ADM) de dorsiflexão passiva.

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