Como Tratar Pacientes com Quadros Demenciais e Alterações Cognitivas com Fisioterapia

Para os fisioterapeutas que lidam com a população idosa, uma condição, quase que constante, é a demência como Doença de Alzheimer entre outras.

Por esse motivo, saber lidar com pacientes com demências e alterações cognitivas pode seu uma grande diferencial para você.

Isso porque as demências influem diretamente no desempeno físico e funcional dos idosos, bem como na sua compreensão e aderência ao tratamento, além de comprometerem severamente a independência e a funcionalidade desses indivíduos.

O tratamento fisioterápico pode auxiliar, e muito, no tratamento dessas demências, estipulando de diversas formas melhorias cognitivas e promovendo um ganho de função e independência para atividades de vida diária.

Como Saber se o Idoso que Eu Trato Tem uma Demência como a Doença de Alzheimer?

Como Tratar Pacientes com Quadros Demenciais e Alterações Cognitivas com Fisioterapia - Alzheimer

Algumas vezes recebemos pacientes com quadros demenciais já diagnosticados e fechados pelos médicos, como a doença de Alzheimer, que é uma condição muito comum e prevalente nessa população.

Mas, em outros casos, o paciente possui quadros menos específicos ou sub-clínicos que apresentam sintomas que podem interferir na sua reabilitação.

Você, como profissional, deve estar atento a esses sinais.

Primeiro, porque eles vão interferir diretamente no seu tratamento.

Segundo, porque você pode perceber certas alterações, por estar em contato mais constante e frequente com o paciente e assim ser capaz de encaminhar o idoso para uma avaliação mais aprofundada com um especialista, quando necessário.

Não. Doença de Alzheimer Não é “Normal”

Lembrando que a demência não é uma alteração normal da idade, mas sim resultado de alterações cerebrais importantes, que devem ser tratadas.

O primeiro sinal de alteração cognitiva que se torna mais evidente nos primeiros estágios de doenças com a Doença de Alzheimer é a alteração da memória.

Ouro caso, em que alterações importantes de memória estão presentes é a demência cortical.

Um tipo de demência na qual a danificação cerebral afeta áreas e funções do córtex cerebral.

Após as alterações de memória, o idoso começa a apresentar desorientação no tempo e/ou no espaço, alterações de linguagem em qualquer uma das suas manifestações, alterações na percepção e na realização do movimento voluntário e também as chamadas praxias.

Focaremos um pouco mais na Doença de Alzheimer porque, como disse anteriormente, ela é a causa mais comum de demência e deve ser bem conhecida pelo fisioterapia e profissionais de saúde, embora existam outros tipos de demências que merecem nossa atenção, resultantes de doenças vasculares, metabólicas, infecciosas, entre outras.

Principais Características da Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer é uma demência resultante de lesões cerebrais com duas características marcantes: A formação de placas senis e de microtúbulos nos neurônios, o que afetam o seu funcionamento.

Sua causa não é ainda bem definida, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, ambientais e pessoas estejam envolvidos na gênese da doença.

A fase inicial da Doença de Alzheimer inclui manifestações mais leves, como mudanças de comportamento que podem, por vezes, passar despercebidas e alterações na memória recente.

Com a progressão da doença, existe um prejuízo maior de funções cognitivas importantes, o que chega a interferir em atividades mais complexas.

Nessa fase, conhecida como fase intermediária, as manifestações motoras da doença começam a surgir e muitas vezes o indivíduo reduz suas atividades e participação em atividades mais complexas de trabalho e lazer.

Na fase final da doença, o portador se torna totalmente dependente para a realização de tarefas simples do dia a dia, devido à alterações importantes, tanto cognitivas quanto motoras.

A evolução natural da doença leva à limitação total e à restrição ao leito.

A evolução de outros tipos de demências, embora menos conhecidas e estudadas, é bem semelhante à evolução da Doença de Alzheimer, sendo então importante o conhecimento dessa progressão.

O Papel da Fisioterapia no Tratamento da Demências e Distúrbios Cognitivos como Doença de Alzheimer

O objetivo principal da atuação fisioterapêutica nos pacientes com demência é a manutenção da funcionalidade e da independência pelo maior período de tempo possível.

É fundamental o início do tratamento, o quanto antes, de forma a prevenir uma piora funcional e motora precoce, além de promover a estabilidade funcional do paciente, preservando sua independência e prevenindo outras complicações.

O maior diferencial do tratamento do paciente com demência é associar ao atendimento a estimulação cognitiva, como por exemplo a realização de exercícios de dupla tarefa ao longo da sessão, o estímulo à localização têmporo-espacial, sempre que possível.

Exercícios específicos de memória podem ser incluídos juntamente com as atividades, ou podem ser realizados no intervalos de descanso entre os exercícios, por exemplo.

A Fisioterapia no Tratamento de um Paciente com Doença de Alzheimer

Não devemos nunca subestimar o que o idoso é capaz de fazer, pois mesmo em fases mais avançadas das demências, muitos idosos possuem uma boa capacidade física.

Vale ressaltar que o tratamento fisioterápico não tem o foco de tratar a demência, nem a capacidade de reduzir as consequências da doença de base, mas pode retardar a sua progressão e melhora a capacidade física, funcionalidade e independência, que por sua vez previne diversos outros desfechos desfavoráveis em saúde, como imobilidade e quedas.

Idosos com demência tendem a se tornar mais sedentários, isolados e depressivos, o que cria um ciclo vicioso que acaba por acelerar progressão da doença e trazer diversas outras complicações relacionadas imobilidade.

A fisioterapia existe para quebrar esse ciclo e explorar as potencialidades do paciente, melhorar ao máximo sua capacidade muscular e aeróbica, para que a demência tenha o menor impacto possível na sua vida e para sua progressão seja retardada e possua menores efeitos no estado geral de saúde.

Nas fases iniciais e intermediárias, o deve ser a manutenção das atividades de vida diária do paciente.

As atividades que apresentavam maior dificuldade e desafio devem ser modificados e adaptadas à condição do paciente, explorando as funções cognitivas preservadas.

Na fase final, quando o paciente já se encontra mais limitado, acamado e possui acometimentos multissistêmicos, o fico do tratamento é na prevenção dos efeitos deletérios de imobilidade no leito, como contraturas musculares que geram dor e úlceras por pressão.

Para isso, é necessário a realização de mudanças de decúbito, mobilizações articulares passivas e quando possível, ativas e prevenção de complicações respiratórias.

A Importância da Conscientização Sobre a Doença de Alzheimer

A família deve sempre ser parte integrante e ativa de todo o tratamento do idoso com demência e cabe ao profissional realizar as orientações necessárias para a adaptação de tarefas e ambientes no domicílio, de forma que o idoso estenda seus ganhos funcionais para a sua residência para a sua residência e possa potencializar os efeitos da terapia.

Embora a doença de Alzheimer tenha sido maior causa de morte nos Estados Unidos em 2013, muitas incógnitas ainda interferem nos tratamentos eficazes e na prevenção do distúrbio.

Os pesquisadores identificaram alguns fatores de risco e, à medida que a compreensão aumenta, novas terapias e teste diagnósticos podem ajudar médicos, pacientes e familiares a lidar com essa difícil doença neurológica.

10 Fatores que você deve estar alerta sobre a Doença de Alzheimer para poder entender melhor seu Paciente

#1 – A Doença de Alzheimer frequentemente está acompanhada de outras doenças;

#2 – Alzheimer pode ser chamado de 3° tipo de diabetes;

Para você não ficar curioso, vamos explicar esse fator.

Os pesquisadores dizem que as mesmas enzimas que reduzem o açúcar no sangue também são responsáveis por reduzir os níveis de amilóide, uma proteína que aparece proeminentemente mas placas cerebrais associadas ao Alzheimer.

O raciocínio é que, quando essas enzimas ficam muito envolvidas com índices de açúcar elevados, elas não estão disponíveis para baixar os níveis de amilóide.

#3 – A doença de Alzheimer representa um dos tipos mais amplos de demência;

#4  – Você pode modificar alguns fatores de risco;

#5 – Existem fatores de risco que você não pode modificar, como o envelhecimento e os genes;

#6 – Usar panelas de alumínio não causa mal de Alzheimer;

#7 – Não há cura;

#8 – Diagnosticar o Alzheimer pode ser complicado e caro;

#9 – Exames de sangue podem ser o futuro do diagnóstico de Alzheimer, em vez de escaneamentos cerebrais;

#10 – Alguns grupos étnicos precisam de mais atenção segunda a pesquisa.

O Brasil, assim como todos os países do mundo, está envelhecendo.

Tratar as consequências do envelhecimento deve fazer parte do repertório de todos os profissionais de saúde, inclusive do fisioterapeuta que pode contribuir muito com melhora dos movimentos e outros cuidados afins.

Com o envelhecimento populacional, condições como as demências e a Doenças de Alzheimer irão se tornar cada vez mais frequentes e nós devemos estar preparados para lidar com esse tipo paciente em todos os contextos e níveis de atenção.

Você se sente preparado?

Já atendeu algum paciente com demência?

Conte sua experiência nos comentários.

Vamos interagir e trocar experiências!

Veja Também: Doença de Parkinson – O que o Fisioterapeuta Pode Fazer para Ajudar

Equipe Lupmed
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