Resolvemos trazer esse artigo para o nosso blog para mostrar uma atualização em fisioterapia, primeiramente porque ele trata de um campo de pesquisa que estará aberto para os fisioterapeutas nos próximos anos e na nossa visão tem-se muito para ser aprendido com eles.
As desordens sensoriais afetam os pacientes e interferem de forma profunda no tratamento que você oferece, principalmente nas áreas relacionadas à dor e à propriocepção.
Muitas vezes esse tipo de problema impede o andamento normal do tratamento dos profissionais com os seus pacientes, assim como impede que você tenha resultados significativos.
Para se conseguir um entendimento mais completo dos pacientes, esse tipo de estudo é fundamental porque esclarece aspectos relacionados às desordens sensoriais que estão por trás de muitos problemas físicos que os fisioterapeutas tratam cotidianamente em seus consultórios.
O fisioterapeuta e os profissionais de saúde devem portante estar de olhos abertos para outros aspectos que afetam a funcionalidade do seu paciente, que muito frequentemente vão além do aspecto físico que tanto é tratado e focado por esse profissional.
Outro aspecto importante desse texto é a ressalva de que o tratamento, em todas as áreas do conhecimento, tanto na pesquisa quanto na prática clínica, está cada vez mais multiprofissional e mesmo inter profissional.
Esse conhecimento serve tanto como um aviso quanto com uma oportunidade para o fisioterapeuta
O fisioterapeuta deve aprender a trabalhar em equipe e a manter um diálogo aberto e constante com outros profissionais da área da saúde, ou mesmo de áreas afins.
Esse diálogo permite o avanço científico na área e benéfica principalmente o paciente, que deve ser o motivo pelo qual se investe tanto na fisioterapia e outras ciências.
Por outro lado, esse trabalho interdisciplinar se mostra como uma oportunidade para o fisioterapeuta se inserir em grupos de pesquisa e tratamento de áreas afins do conhecimento.
Não são apenas as desordens musculoesqueléticas que devem interessar diretamente ao fisioterapeuta.
Lembramos que o movimento é um elemento muito complexo da natureza humana, sendo impossível separar o componente motor propriamente dito, dos componentes neurológicos e sensoriais.
Assim, conhecer o movimento em todos os seus aspectos, saber identificar problemas relacionados a eles e oferecer o tratamento adequado para os componentes que se encontram “defeituosos” deve ser uma tarefa de todo fisioterapeuta.
Logo, é recomendável que os fisioterapeutas brasileiros comecem a se inserir em diferentes campos de pesquisas incluindo as que fogem um pouco do componente osteomioarticular, pois as temáticas em relação à dor, à propriocepção, aos inputs sensoriais e a todos os componentes que compõem e permitem o movimento humano são indispensáveis para a evolução da fisioterapia.
E essas pesquisas devem sempre estar relacionadas com a prática clínica, pois o fisioterapeuta não deve nunca perder de vista que o objeto principal de todo o seu trabalho é o paciente.
O Conhecimento Neurocientífico Atual
A Neurociência atingiu um ponto de inflexão extraordinário.
O conhecimento que foi sendo acumulado em anos de pesquisas em conceitos básicos em relação ao cérebro, pode ser hoje utilizado para a criação de novos tratamentos para condições psiquiátricas e neurológicas devastadoras.
Os especialistas acreditam que as doenças sensoriais – aquelas que afetam a visão, a audição, o paladar, o olfato, o toque e a dor em milhões de pessoas pelo mundo – estão hoje na frente dessa revolução de conhecimento, porque os órgãos sensoriais são mais acessíveis e mais facilmente estudados do que estruturas mais profundas do cérebro.
A Bertarelli Foundation, que é uma instituição ligada à Faculdade de Medicina de Harvard, anunciou que irá dobrar o seu investimento nesse tipo de pesquisa, para alavancar ainda mais o seu programa em Neurociência Translacional e Neuroengenharia.
O Trabalho Interdisciplinar e as Desordens Sensoriais
Essa á a base da pesquisa com relevância e aplicabilidade clínica.
A partir dos estudos desenvolvidos pela fundação, diversos pesquisadores ao longo dos anos foram capazes de identificar diferentes pilares da alterações sensoriais e neurológicas e estão atualmente desenvolvendo tratamentos que prometem transformar a vida de diversos pacientes, através da intervenção de profissionais atualizados com novos conhecimentos advindos das pesquisas.
E para que estas pesquisas sejam conduzidas da melhor forma possível, diversas parcerias estão sendo firmadas com especialistas de diversas áreas médicas, bem como cientistas e pesquisadores de diferente campos científicos.
Como exemplos de profissionais trabalhando em conjunto para a solução desses problemas, podemos citar especialistas em otorrinolaringologista, oftalmologia, engenharia clínica, programação, neurologia, oncologia, cirurgia e reabilitação.
Outro projeto que está sendo conduzido é uso de processamento de sinais de eletroencefalograma em tempo real, de forma a determinar a profundidade da anestesia necessária durante a cirurgia.
O objetivo é fornecer ao paciente exatamente a quantidade de anestesia necessária.
Esse tipo de estudo ajuda os cientistas e compreenderem melhor a dor e seus mecanismos e é útil em diversos outros campos na área de estudo da dor.
Esses projetos demonstram a importância de profissionais com diferentes habilidades, origens e abordagens, unindo forças e conhecimento para atender a uma necessidade comum do paciente.
Além disso, eles demonstram a importância de aproximar a pesquisa da prática clínica e como é fundamental que o pesquisador possua um diálogo aberto com o clínico e vice-versa.
Só se consegue avançar em termos de descobertas científicas tendo pesquisadores e clínicos versados nas duas linguagem se entendendo e trabalhando em direção a um mesmo objetivo.
Se você quer estar bem informado, você precisa saber o que anda acontecendo no mundo em termos de pesquisas e o programa da Bertanelli Foundation em Harvard que mencionamos neste artigo, tem muito relevância na área deste tipo de pesquisa.
Veja porque…
Esse programa tem como objetivo transformar os achados em pesquisas das áreas básicas da neurociência em resultados capazes de resolver problemas importantes e que impactam de forma significativa a vida de inúmeros pacientes.
É importante mostrar o investimento nesses tipos de programas, que apoiam o pensamento inovador e permitem que os pesquisadores desenvolvam novos tratamentos para condições muito antigas da humanidade que ainda não foram solucionadas.
Esses novos projetos para o melhor entendimento e tratamento de desordens sensoriais permitem que estudos, que antes eram difíceis, ou mesmo impossíveis de serem conduzidos, se tronem realidade.
O neurobiologista David Corey, diz que está confiante que nos próximos 10 anos, novos tratamentos para surdez, cegueira e dor estarão disponíveis a partir de programas como o desenvolvido por esta Fundação, com soluções interdisciplinares para esses problemas.
Esse tipo de programa incentiva ainda a participação de estudantes internacionais e a relação próxima da pesquisa científica com a prática clínica.
Dessa forma, as soluções encontradas no campo teórico podem ser aplicadas na prática de forma a resolver questões importantes para os pacientes.
Esse artigo foi publicado em 12 de Julho de 2018 no site da Faculdade de Medicina de Harvard.
E você, como fisioterapeuta, o que pensa do envolvimento das desordens sensoriais com os problemas apresentados pelos seus pacientes?
Essa percepção já é uma realidade na sua prática clínica?
Como você acha que o fisioterapeuta pode ajudar o paciente com problemas sensoriais?
Adoraríamos ouvir a sua sobre o assunto!
Adaptado de: https://hms.harvard.edu/